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POVOS INDÍGENAS CELEBRAM INTERCÂMBIO DE EXPERIÊNCIAS PROMOVIDO PELO PNUD E FLORESTA+ AMAZÔNIA EM MANAUS

Atualizado: 26 de jun.


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Evento reuniu 120 representantes de comunidades tradicionais da Amazônia para troca de conhecimentos e fortalecimento de iniciativas sustentáveis.

MANAUS/AM

Cerca de 120 representantes de povos indígenas e comunidades tradicionais da Amazônia participaram da "Oficina de Trocas de Experiências", promovida pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Projeto Floresta+ Amazônia, em Manaus.

O evento, que ocorreu entre os dias 21 e 23 de maio, reuniu lideranças de 40 iniciativas apoiadas pelo projeto em territórios da Amazônia Legal.

Durante três dias, associações de indígenas, quilombolas, extrativistas e ribeirinhos compartilharam saberes, desafios e conquistas, promovendo uma integração entre as equipes implementadoras e lideranças comunitárias.

O encontro teve como objetivo principal discutir pontos positivos, desafios na implementação de ações na região e promover trocas de lições e aprendizados.

O Projeto Floresta+ Amazônia é uma iniciativa de cooperação internacional do governo brasileiro, por meio do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), em parceria com o PNUD e financiado pelo Fundo Verde para o Clima (GCF).

Segundo informações oficiais, o projeto investirá 96 milhões de dólares até 2028 em pagamentos por serviços ambientais e apoio direto às comunidades.

Regina Cavini, coordenadora do Projeto Floresta+ Amazônia, destacou que a participação do PNUD reforça o compromisso de apoiar o governo e a sociedade brasileira na promoção de uma Amazônia manejada de forma sustentável.

"Atuamos como parceiros técnicos do MMA, promovendo soluções baseadas na natureza e na justiça socioambiental, com foco no fortalecimento das capacidades locais e no fomento a um desenvolvimento verdadeiramente sustentável e justo", afirmou.

PROTAGONISMO FEMININO

Um aspecto relevante do projeto é a atenção às questões de gênero. Entre os projetos aprovados, 70% beneficiam diretamente as mulheres, são liderados por elas ou ambos.

Esta abordagem inclusiva fortalece o tecido social das comunidades e promove uma participação equitativa no desenvolvimento sustentável da região.

Elizângela Cavalcante, ribeirinha e idealizadora do Projeto Mulheres Resolvidas da Associação Extrativista das Comunidades da Reserva do Rio Uatumã, no Amazonas, ressaltou a importância do apoio recebido.

"O apoio do Floresta+ Amazônia é indispensável para a nossa trajetória, autonomia e sustentabilidade no território. Esse apoio contribui para a nossa renda e conservação da floresta. A luta pela Amazônia é de todos, não pode parar — ela é de muitos povos.

PARQUE DAS TRIBOS AGRADECE OPORTUNIDADE

Representantes dos povos indígenas do Parque das Tribos, comunidade indígena urbana localizada em Manaus, expressaram agradecimento especial pela oportunidade de participar do evento.

Para estas famílias que preservam suas tradições mesmo em contexto urbano, o intercâmbio representou uma chance única de fortalecer sua identidade cultural e estabelecer conexões com outras comunidades indígenas da região amazônica.

"Este encontro ampliou nossas perspectivas de desenvolvimento sustentável e valorização dos conhecimentos tradicionais, mesmo vivendo em área urbana", destacou um dos representantes da comunidade.

AUTOSSUFICIÊNCIA COMO CAMINHO PARA LIBERTAÇÃO

Um dos momentos mais impactantes do evento foi o discurso da liderança indígena Isael Munduruku, que afirmou com convicção que

"a autossuficiência é elemento fundamental para a libertação política, econômica e social dos povos indígenas"

Sua fala ressoa com os objetivos do Projeto Floresta+ Amazônia, reconhecendo que o verdadeiro desenvolvimento sustentável só é possível quando as comunidades tradicionais têm autonomia para gerir seus territórios e recursos, preservando seus modos de vida e garantindo sua soberania.

Especialistas presentes no evento concordaram que o apoio técnico e financeiro deve sempre caminhar no sentido de fortalecer a independência e autodeterminação dos povos originários, nunca substituindo seu protagonismo.


SELEÇÃO DE PROJETOS


Para serem apoiadas pelo projeto, as comunidades participaram de um edital lançado em 2022, no qual foram apresentadas 259 ideias de projeto, das quais 40 foram aprovadas e recebem recursos financeiros e apoio técnico para implementar as ações.

As propostas foram elaboradas de modo participativo pelos povos tradicionais, levando em consideração a natureza coletiva e autônoma das atividades na gestão dos territórios.

Ao todo, as 40 iniciativas abrangem 40 Terras Indígenas (TIs), 12 Unidades de Conservação, nove territórios quilombolas, um assentamento agroextrativista e um território urbano.

O apoio aos povos tradicionais concentra esforços em temas como conservação ambiental, recuperação de áreas degradadas, produção agroecológica, fortalecimento de cadeias da bioeconomia, vigilância e proteção territorial.

Isabela Sales, representante da Secretaria Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais e Desenvolvimento Rural do MMA, ressaltou a importância do evento.

"Quando iniciamos algo, é essencial parar, refletir e avaliar: estamos indo na direção certa? Precisamos ajustar o percurso? Observar o que está funcionando com os outros nos inspira e nos ensina. Essa troca de experiências e saberes é o que nos faz crescer juntos."

O evento foi encerrado com o compromisso de continuidade das ações e a expectativa de que as trocas realizadas possam fortalecer ainda mais as iniciativas em andamento, sempre respeitando e valorizando a autossuficiência e autodeterminação dos povos indígenas da Amazônia.


Fotos: Divulgação.

 
 
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